O período de férias é o mais esperado para quem está cansado da labuta diária e pretende viajar. Nessa hora, nem sempre os animais de estimação são incluídos nos planos – e o resultado é o aumento no número de bichos abandonados nas ruas da cidade.
Não existem registros que comprovem o aumento no número de cães abandonados nas ruas nessa época do ano, mas uma série de evidências garante que isso acontece. De acordo com o presidente da ONG SOS Vida Animal, Milton Pavan, além das viagens, existem outros motivos para esse aumento. “Muitos animais fogem de casa com medo de bombas e fogos que as pessoas soltam durante as festas de fim de ano. Isso é mais comum do que se imagina”, explica. Além disso, segundo ele, o início do verão coincide com o período mais crítico de procriação. “Muita gente coloca os filhotes em caixas e abandonam nas ruas, em frente a clínicas veterinárias, residências, restaurantes”, afirma.
De acordo com Pavan, um levantamento feito por amostragem pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária estima que Londrina tenha em torno de 35 mil animais, entre cães e gatos, abandonados nas ruas da cidade. “É uma questão de responsabilidade e educação. As pessoas tratam esses bichos com se fossem um objeto que pode ser descartado, não como uma vida”, avalia.
Para Pavan, a melhor opção é sempre levar o animal junto nas viagens. “Ele aproveita a companhia da família, da qual faz parte. As pessoas estão mais relaxadas, dão mais atenção ao bichinho”, explica. A segunda opção, segundo ele, seria deixá-lo na casa de um parente ou amigo. “Ele pode ficar em casa mesmo, desde que alguém que conheça o cão passe todos os dias para trocar água, alimentá-lo e passear com ele. O que não pode é o animal ficar sozinho o dia todo durante uma semana”, explica.
Hotéis e canis são opções para quem não quer levar o animal de estimação em viagens. No Canil Bottini, que tem vagas para 140 animais, as reservas já estão sendo feitas para quem pretende viajar no Carnaval. De acordo com a proprietária, Nilsa Bottini, quem deixa o animal sob sua responsabilidade, pode viajar tranqüilo. “A gente brinca com eles e faz de tudo para que se sintam em casa. Quando o dono chega, muitos deles nem dão bola”, conta.
Para driblar a saudade nos bichinhos, Nilsa sugere sempre que os donos deixem objetos que o animal está acostumado. “Eles deixam a caminha, a vasilha de comida, para que ele reconheça o cheiro e não estranhe”, explica. César Kazuo, proprietário do canil Pet Stop, tem outra sugestão. “A gente pede que o dono deixe uma peça de roupa ou uma almofada para que o animal sinta o cheiro dele”, acrescenta. As diárias nos hotéis custam a partir de R$ 15.
Fonte: Jornal de Londrina - 24/01/2011
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